domingo, 1 de maio de 2011

Triste percepção de uma realidade

Com tanta promiscuidade e descaso na educação, meus questionamentos a cada dia intensificam-se mais. Escolas desestruturadas, e não falo da estruturada física não, cito aqui a inexistência de estrutura motivacional, de um objetivo em comum, de uma finalidade para os “resultados” obtidos ao final de cada ano letivo, sejam eles positivos ou negativos.
Volto a bater na mesma tecla, profissionais insatisfeitos fazendo um trabalho de pouca qualidade, muitas vezes totalmente insignificante. Falta responsabilidade, falta competência, falta interesse e assim poderia começar aqui uma lista extensa de “faltas” que deveria estampar as entradas das escolas públicas. No entanto, o pior de tudo é a inércia que prevalece no ambiente, ninguém se mobiliza ou se manifesta para nada, instalando-se um caos educacional absurdo.
A pedagogia adotada é a do fingimento: O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende desde que isso lhe renda uma boa nota ao final do ano letivo, devidamente acompanhada da aprovação, os demais funcionários fingem que dão expediente e não se envolvem com nada que ultrapasse o limite das quatro paredes que formam o cubículo no qual estão instalados há anos. É a lei do “cada um por si e Deus por todos”.
Se a base de toda sociedade é a educação, temos uma possível explicação para o desmantelo social visível e vivenciado por todos. É só o reflexo do descaso educacional que vem se estabelecendo gradativamente: alunos preparados para quê? Por quem? Cidadãos com que capacidade de intervenção social? Na falta de respostas para tais indagações podemos ver no nosso meio jovens sem atitude, sem participação, frutos da alienação plantada em suas mentes durante os mais tenros anos escolares.
Mal sabem eles que o serviço de péssima qualidade oferecido nas escolas é muito bem pago pelos pais, nos impostos pagos à União. O ensino público é caro, muito caro aos cofres públicos, aos bolsos dos cidadãos, é uma escola particular maquiada, pois não há gratuidade. Mas como a cultura reza que é de graça e não devemos valorizar, todos se unem nessa corrente e contribuem para a desastrosa educação que temos: não passa de sujeitos alienados plantando a prosperidade da alienação, através da manipulação das mentes influenciáveis de nossa juventude.
Vale salientar que para toda regra há e, graças a Deus, sempre haverá exceções, uma minoria com desejo de mudança e com amor pelo que faz. Parabéns aos que dão vida ao provérbio “Uma andorinha só não faz verão”.

Um comentário:

Heronildes disse...

Muito inteligentes suas palavras, Patty! Esse pensamento assemelhado à destruição está, de fato, enraizado nas mentes de uma grande parte dos alunos das escolas públicas. Mas pessoas como vc sempre serão reconhecidas... continue seu trabalho, mesmo que percepa estar remando contra a maré (de muitos). Abraço e Parabéns!

P@tty...

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